É incrível, mas não sei exatamente o que dizer.
Não sei se falo como professor que sou ou como o aluno que fui.
Às vezes, se diz que um gesto vale mais do que mil palavras. Um clichê. Ouvir uma só palavra pode nos alegrar muito mais.
São
muitas as angústias, as incertezas. Certo mesmo é o carinho de alunos e
pais que nos agradecem todos os dias, uns com abraços calorosos, outros
com um olhar.
Ser professor já é por si só um dom, e digo dom
porque nem todos são professores. Ao contrário do que possa parecer, há
uma enorme diferença entre transmitir conhecimento e ensiná-lo.
Há muitos transmissores, porém os professores, na verdadeira acepção da palavra, são pouquíssimos.
O dinheiro não nos basta. Queremos mais. Queremos... Ainda que esse querer tenha de ser codificado por pecúnia.
Entre tantas demandas só uma vale a pena: a de ser respeitado.
Que
neste dia, que ainda não passou - e nem passará -, possamos entrar no
comércio e orgulhosamente apresentarmos nossos contracheques para
liberação de um crédito e a moça venha sagazmente dizendo: "professor(a)
o senhor(a) é cliente especial!"
Que as pessoas reconheçam a
nobreza de nossa arte, não apenas nos discursos de ocasião, mas a todo
instante para que não tenhamos receio de dizer em alto e bom som que
somos PROFESSORES.
Que a nossa profissão não esteja mais relegada
à última opção daquele que não pode ser um... Sei lá. Nenhuma outra
importa ante nós.
Que o sangue, o suor e as lágrimas dos dias de luta não sejam em vão.
Que
cada um de nós dedique cada dia, com todo ardor, à maravilhosa aventura
de transformar alguém, iluminar os que não conseguem enxergar.
Não
desistamos. Vamos de mãos dadas. Nosso tempo é o presente. Não seremos
professores de um mundo caduco. Nem de um mundo futuro. Nossa matéria é o
presente.
O tempo presente.
Obrigado, professor(a). Tinha eu de ser você.
Halysson Dantas
Um professor
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